segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

A Metafísica da Saúde


 
Sistema Nervoso
 
O sistema nervoso é uma espécie de visor e processador das condições corporais, possibilitando a manifestação da consciência no organismo, bem como a interação com o ambiente.
Permite a coordenação biológica, a identificação do ambiente, a manifestação dos pensamentos e a mobilidade do corpo.
 
No âmbito metafísico refere-se ao elo consigo mesmo, que proporciona a percepção individual e situa a pessoa na vida, tornando-a capaz de auto definir-se como alguém que existe diante de tudo o que está ao seu redor, promovendo a consciência de si.
Obviamente, reagir desprovido de qualquer relação com acontecimentos anteriores é praticamente impossível, principalmente por se tratar do sistema nervoso, que é especializado em fazer associações para identificar a realidade.
Essa função é desempenhada em grande parte pela mente, e será descrita no tema ”cérebro”.
Para conseguir certo nível de discernimento é necessário entrar num estado de lucidez, no qual a consciência seleciona as respostas, filtrando qualquer relação com episódios ruins e integrando-se com os fatos em questão.
A auto-observação não é um hábito frequente.
Dificilmente as pessoas incluem-se como foco da situação, fazendo referência àquilo que os acontecimentos causaram nelas ou, mesmo, como se sentem diante dos fatos.
Isso mostra o quanto as pessoas vivem desconectadas delas mesmas e não tem por hábito essa busca do eixo interior.
Geralmente, o ambiente torna-se o principal foco da existência.
Nele são projetadas as inquietações e incertezas.
As instabilidades emocionais, por exemplo, são transferidas para as situações exteriores, em forma de ameaças. As pessoas identificam os episódios corriqueiros, como se eles pudessem evoluir e causar grandes danos a elas.
Ou ainda, prejulgam os acontecimentos como se houvesse algum tipo de injustiça em torno dos fatos, provocando o sentimento de vítimas das situações.
Tudo isso é originado pela fragilidade interior que é revelada por meio da identificação tendenciosa do ambiente exterior.
Isso é tão evidente no processo existencial que se pode conhecer o universo interior de alguém por meio de sua condição de vida, pois a realidade exterior revela a condição interior.
As pessoas que se deixam levar pelos acontecimentos externos distanciam-se delas mesmas. Tornam-se dependentes dos resultados, que raramente estão à altura das expectativas.
Isso provoca frustração e pode desencadear os processos depressivos ou mesmo as compulsões.
Além disso, elas estão sempre envolvidas com situações instáveis ou turbulentas.
Esses eventos revelam suas inseguranças, inquietações e ansiedades que são cultivadas interiormente, sendo, portanto, transferidas para o ambiente exterior.
Quando a vida se apresenta de forma muito confusa, seguramente a pessoa traz em si uma série de conflitos existenciais.
Principalmente a falta de estabilidade emocional, que é resultado da displicência para consigo mesma.
É preciso desenvolver o hábito da auto-observação, pois assim estaremos mais próximos de nós mesmos, podendo descobrir aquilo que sentimos e compreender as necessidades internas, como as carências afetivas, para que, aliados a nós mesmos, busquemos aquilo que realmente vai nos beneficiar, e não os subterfúgios existenciais, como viver falando da vida alheia, observando as falhas ou as grosserias dos outros.
A autoconsciência evita que as lacunas interiores se transformem, por exemplo, em desejo de posse ou compulsão de compras.
Esses engodos são formas de preencher o vazio interior.
Geralmente, as pessoas não se dão conta da proporção das suas necessidades internas. Seria mais fácil lidarem com as suas próprias dificuldades se percebessem mais a si mesmas; isso resgataria o eixo de sustentação interna, restabelecendo o elo com a sua essência.
Em vez disso, muitas preferem fugir a encarar suas fraquezas.
Caso o fizessem, teriam que reconhecer as suas vulnerabilidades e deparar com os próprios medos. Buscam serem reconhecidas e valorizadas pelos outros; tem necessidade de aprovação.
Querem adquirir notoriedade positiva, ou seja, passar uma boa imagem para serem “badaladas” pelos bons resultados. Dependem de resultados positivos para se sentirem valorizadas e aceitas pelas pessoas que as rodeiam.
Procuram sanar suas necessidades emocionais e afetivas por meio dessas referências exteriores, melhor dizendo, de fora para dentro.
O inverso é mais eficiente.
Em primeiro lugar é preciso estar bem consigo mesma, reconhecer-se como pessoa, fortalecer a estima, para depois lidar com os acontecimentos exteriores.Muitas vezes você foi tolerante para com os outros, procure agora compreender mais a si mesmo. Descubra algo bom a seu respeito e enalteça suas qualidades. O importante é estar consciente de si, sentir-se bem interiormente e agir a seu favor, consequentemente a vida será melhor.
Estar de bem consigo mesmo propicia uma boa relação com o meio exterior, inclusive com as pessoas ao nosso redor.
Esse estado interior melhora a qualidade de vida e também preserva a saúde do sistema nervoso.
O tipo de ligação que estabelecemos com os fatores internos e externos representa importantes aspectos metafísicos que favorecem a saúde e o bom funcionamento do sistema nervoso central e periférico.
No tocante a essas ligações estabelecidas consigo mesmo e/ou com a realidade, existem dois fatores determinantes: o envolvimento e o desprendimento.
O envolvimento é o vínculo estabelecido da pessoa para com ela mesma ou com o que a rodeia; ela passa a ser bem posicionada em relação aos próprios sentimentos.
Participa ativamente dos assuntos, fazendo colocações como, eu penso, eu sinto, etc. Adquire maior objetividade para lidar com as diversas situações da vida.
A criatividade se acentua, proporcionando boa desenvoltura para sanar as turbulências e resolver os conflitos.
Evita uma série de transtornos que a omissão e o distanciamento ocasionariam.
Dentre as principais qualidades dessa postura, destacam-se: maior experiência e conscientização, estabilidade emocional, melhor aproveitamento das faculdades interiores, tais como a inteligência, a perspicácia, a astúcia e a determinação.
Por outro lado, o envolvimento exagerado ou até obsessivo pode causar alguns transtornos, tais como preocupação excessiva, tensão exagerada, estresse, e até desencadear algumas neuroses.
O desprendimento ou distanciamento é outra atitude metafisicamente relacionada ao sistema nervoso.
Até certo grau, o desprendimento pode ser algo muito positivo.
Permite, por exemplo, que a pessoa faça uma autoavaliação acerca dos próprios sentimentos. Ser imparcial e não fervorosa nas convicções, permite que a pessoa use o bom senso e amplie a visão de mundo, levando-a a rever algumas de suas verdades. Pode-se dizer que essa é uma grande abertura para conceber o novo e reformular alguns valores internos.
O desprendimento dos assuntos que dizem respeito a si ou mesmo aos outros, permite à pessoa ser imparcial, usar de ponderação e comedimento, evitando decisões precipitadas.
Para fazer um bom julgamento, por exemplo, é imprescindível distanciar-se emocionalmente para ver os dois lados da questão.
Muitas vezes, sair da linha de frente dos afazeres dá à pessoa uma pausa para ela refletir sobre o que está sendo feito, evitando ações exageradas que não levam a resultados promissores.
Isso minimiza o impacto causado pelas turbulências da realidade exterior. Essa postura pode não resolver imediatamente o problema, mas suaviza os danos emocionais causados pelas situações conflituosas.
Sem contar que é uma atitude recomendada para diminuir o grau de ansiedade causado pelas expectativas que as pessoas costumam ter sobre elas mesmas ou sobre o desenrolar dos fatos.
Por fim, a prática do distanciamento torna a pessoa maleável e flexível, evita desgastes excessivos, melhora o desempenho e aumenta a confiança.
Para soltar é preciso confiar em si mesmo e no fluxo da vida, que conduz para o melhor resultado. Essa é uma maneira mais suave de conduzir a vida.
Por outro lado, se o distanciamento for levado ao extremo poderá tornar a pessoa omissa e alienada, fria emocionalmente e indiferente para com o que se passa ao seu redor, inclusive para com os próprios sentimentos.
Popularmente, pessoas assim são conhecidas como desligadas.
Perdem o interesse por tudo, ficam alheias ao mundo e também a si mesmas.
 
Reflexos da Consciência
Na medida em que nos aproximamos do ambiente exterior, estamos acionando um processo de aprimoramento das qualidades latentes no nosso ser. Ao superar os obstáculos impostos pela vida, não só ampliamos os nossos horizontes e nos tornamos mais gabaritados, como também diluímos os nossos bloqueios e resolvemos os nossos próprios conflitos.
Por meio das situações externas, superamos as dificuldades internas, e, consequentemente, desenvolvemos habilidades para lidar com as qualidades inerentes ao ser.
A consciência está mergulhada no seu próprio universo inconsciente.
A realidade exterior promove a transferência dos conteúdos do inconsciente para o domínio consciente.
Pode-se dizer que o mundo a nossa volta é fiel representante das condições internas.
Os episódios agradáveis equivalem a manifestação dos nossos potenciais.
Já as ocorrências desagradáveis referem-se aos conflitos interiores.
As coisas existem ou são percebidas ao nosso redor por serem compatíveis com nossos conteúdos.
Somente acusamos a presença de algo, se houver algum fator em comum.
Caso contrário, não passa de mero registro, sem despertar qualquer impulso de interação, ou seja, passará despercebido.
A própria regularidade com que identificamos certos eventos é baseada na predisposição para percebermos determinados episódios. Geralmente, quando estamos vivenciando uma experiência, deparamos com muitos casos semelhantes. Ao contrairmos uma doença, por exemplo, serão logo observados muitos outros casos. Uma grávida passa a reparar a existência de muitas outras mulheres grávidas, ao passo que, antes de engravidar, não atentava para esse fato.
A medida que se vivencia um processo, a percepção e a identificação de casos semelhantes aumentam.
Já, quando não existe a mesma referência, o caso passa desapercebido.
Portanto, o que identificamos ao nosso redor ou o que nos chama a atenção nas pessoas tem relação direta com nossos próprios processos.
Certas condutas dos outros que nos afetam, causando irritação ou indignação, representam algo mal resolvido interiormente.
Projetamos para fora aquilo que nos incomoda por dentro. Pode-se dizer que o foco da maioria dos problemas identificado nos outros está em nós mesmos, caso contrário, a experiência alheia não causaria tanto desconforto.
Realizamos fora aquilo que cultivamos interiormente.
A maneira como nos dirigimos aos outros, equivale à forma como nos tratamos. Antes de qualquer ação no ambiente, criamos um modelo em nós.
Só damos o que temos.
Por esse motivo, se a nossa vida requerer alguma mudança, primeiro precisamos reformular algo em nosso interior, pois nele repousa a causa dos infortúnios, bem como a chance de sermos bem-sucedidos.
Não basta simplesmente intervir nos acontecimentos, pois isso tornaria a nossa atuação exaustiva. Para obter um bom desempenho no ambiente é necessário, antes de tomar qualquer medida, elaborar interiormente o que vamos fazer e adotar atitudes favoráveis aos resultados almejados. Essa reorganização interior garantirá maior aproveitamento nos afazeres.
A nossa condição interna é determinante sobre as questões externas.
Uma condição de vida, porém, reforça o padrão compatível àquela situação, isso intensifica ainda mais tais episódios.
É uma espécie de ciclo vicioso, no qual, por se sentir de um jeito, tudo se torna daquele jeito, consequentemente por nos encontrarmos diante de tais situações, isso intensifica os sentimentos compatíveis aos fatos.
Esse sincronismo entre as situações externas e os padrões internos somente será alterado quando conseguirmos mudar as crenças e implantar um novo comportamento.
Assim sendo, antes de agir para mudar as condições de vida e superar uma fase difícil, é necessário promover algumas reformulações internas. Antes de sair em busca de algum emprego, por exemplo, procure sentir-se parte integrante da sociedade e merecedor de uma boa oportunidade profissional. Para ser feliz no amor é importante, antes de tudo, elevar a estima e sentir-se uma boa pessoa na vida de alguém; acreditar que você merece ser feliz afetivamente.
Portanto, quem tem algo bom é porque se sente merecedor do que usufrui e integrado com as situações agradáveis. Já aquele que não tem bons frutos é porque não foi capaz de assumir o que almeja nem se sente digno de ter uma melhor condição de vida. Por se colocar distante do que é bom, a própria pessoa impede as oportunidades de conquista e, consequentemente, não goza dos privilégios de ser bem-sucedida.
Portanto, as pessoas perspicazes, que buscam se trabalhar interiormente, reformulando as crenças, revendo os padrões, ao mesmo tempo em que atuam na realidade exterior, adquirem os meios para alcançar os seus objetivos.
Elas tem melhor desempenho nas suas atuações.
Por outro lado, aqueles que se dedicam a agir com foco nas situações exteriores, buscando os meios para sanar os obstáculos impostos pela vida, também conseguem promover as reformulações interiores necessárias para obter melhor qualidade de vida.
Assim sendo, a busca pela consciência ou a dedicação pela reformulação interior não são as únicas formas de aprimoramento ou mudança de atitude.
As próprias experiências de vida proporcionam os recursos necessários para as devidas reformulações interiores.
Dedicar-se às conquistas materiais reforça as crenças positivas, tais como: “eu mereço, sou bom o bastante, etc.”, que são necessárias para conquistar melhores recursos existenciais.
Pode-se dizer que só não progride quem não se trabalha, nem atua na realidade. Aqueles que forem passivos às condições de vida, mesmo elas não sendo agradáveis, nada fazem para alterar o curso de sua existência, tampouco buscam os meios para reformular suas crenças. Acabam sendo absorvidos pela situação ruim, e suas posturas tendem a piorar ainda mais o que não está nada bom.
Isso se estende até o ponto em que a vida se torna insuportável.
Quando a pessoa estiver num estado existencial deplorável, “fundo do poço”, por força das circunstâncias, ela reage, acionando os processos de transformação interior, bem como da sua vida.
Vale ressaltar que a reformulação interior é um significativo passo para atrair oportunidades, mas não substitui a atuação na vida material.
Para ser bem-sucedido é primordial ter crenças favoráveis ao sucesso, que atraem as oportunidades e propiciam as chances de atuação.
A situação boa, porém, é consolidada também pela nossa interação com o ambiente; afinal, estamos no mundo material, e nele, para se ter algo, faz-se necessário pelo menos um gesto nesse sentido.
 

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