segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Os Caminhos da Metafísica da Saúde

 
O trabalho de pesquisas consiste:
1– No estudo da fisiologia e anatomia.
2– Na identificação dos aspectos psicoemocionais.
3– Na observação de pessoas doentes para a constatação dos padrões metafísicos das doenças.
A primeira medida é conhecer o funcionamento do órgão estudado e as características dos principais distúrbios que o afetam.
As características funcionais do órgão, ou seja, as funções que ele desempenha no organismo, são pontos de partida para que possamos desvendar as relações metafísicas com os potenciais inerentes ao ser.
Pode-se dizer que a anatomia e a fisiologia representam, para os estudiosos da metafísica, espécies de fontes de inspiração para que possam alcançar as qualidades latentes do ser.
Essa, por sua vez, regem o funcionamento dos órgãos.
Exemplo a maneira como o estômago processa os alimentos equivale ao jeito que a pessoa lida com os acontecimentos.
As condições fisiológicas das principais doenças que afetam os órgãos são incontestáveis.
O estudo metafísico das doenças considera a existência dos ingredientes patológicos num órgão adoecido. Afinal, ele só adoece quando algum agente nocivo o afeta. Por esse motivo, a busca da ciência pelas causas orgânicas é um procedimento eficiente no combate às doenças.
Um sentimento nocivo, por si só, não possui ingredientes somáticos suficientes para se manifestar; é preciso um agente físico para estabelecer a doença no corpo.
Os agentes físicos causadores das doenças precisam ser combatidos.
Esse papel vem sendo desempenhado pela medicina. No entanto, as doenças parecem se multiplicar, tanto aumentam os números de casos, quanto surgem novas síndromes. Nas últimas décadas esse combate aos males físicos, atuando exclusivamente no corpo, tem alimentado as indústrias farmacêuticas e a medicina diagnóstica. Essas empresas se tornaram gigantescos pólos econômicos.
O uso de medicamentos tornou-se praticamente rotina na vida das pessoas.
Muitos preferem tomar um remédio a refletirem sobre o que interiormente não está bem. Isso favorece a proliferação de substâncias que se propõem a sanar os males físicos.
Inclusive o uso abusivo de substâncias, sem se darem conta dos efeitos colaterais desses medicamentos.
Apesar de os agentes físicos causadores das doenças estarem presentes, elas ocorrem num ambiente emocionalmente propício àquela manifestação.
Melhor dizendo, num momento de turbulências existenciais, que provocam certos conflitos. Os sentimentos se desestabilizam, desorganizando os sistemas do corpo; isso causa a vulnerabilidade para a manifestação da doença.
Exempo: a gripe é causada fisicamente por vírus, no entanto ela se dá também pela baixa imunológica. Tanto o contágio do vírus, quanto a sua proliferação, acontece quando a pessoa se desorganiza interiormente, diante de situações conflituosas de sua existência.
O mesmo ocorre com outras infecções.
No entanto, cada um possui especificidade de sentimentos, que são metafisicamente estudados.
O segundo passo é explorar o universo psicoemocional para compreender o funcionamento psíquico, a manifestação dos pensamentos e o estado emocional da pessoa.
Partimos do corpo para desvendar o ser que o habita.
Procuramos identificar os potenciais latentes do ser, bem como os conflitos gerados pela repressão dos potenciais.
Obviamente, a própria doença abala emocionalmente a pessoa, por causa dos sintomas de dor ou desconforto físico que ela sofre.
Mudar a rotina, ficar à mercê dos outros e dependente da ação dos medicamentos, provoca significativo abalo interior.
Existem até reações emocionais decorrentes de certas variações orgânicas. Agitação, irritabilidade ou depressão são sintomas emocionais que fazem parte da descrição de algumas doenças, principalmente no que diz respeito aos distúrbios hormonais.
A variação de humor é forte indício de alterações nas taxas de hormônios.
No entanto, a visão metafísica concebe o fato de que as variações de humor, bem como os conflitos emocionais precedem as doenças, e não são decorrentes delas. Uma pessoa adoece quando seu estado interior não está suficientemente bom para proporcionar ao organismo condições de reagir às interferências do agente nocivo, que atinge o seu corpo.
A sincronicidade entre o conflito psicoemocional com o desenvolvimento das doenças estende-se além do próprio corpo, no qual ocorre a evolução das doenças. A turbulência interior conspira a favor do contágio com os agentes causadores das doenças, como o vírus ou as bactérias.
Eles são praticamente atraídos pela pessoa que possui padrões emocionais compatíveis.
A vibração causada pelos conflitos equivale à mesma frequência desses agentes, atraindo-os para o corpo por meio do contato com substâncias infectadas ou a permanência num recinto repleto de agentes virais.
Quando esses agentes atingem o organismo, este se encontra frágil e com a imunidade baixa, por causa dos sentimentos turbulentos cultivados pela pessoa.
Os conflitos emocionais bombardeiam o corpo, enfraquecendo principalmente os sistemas de defesas, possibilitando a instauração da doença.
Portanto, as condições do corpo, tais como saúde ou doença, são reflexos do universo interior.
Baseados nisso, adotamos o organismo como ponto de partida para a investigação da metafísica da saúde.
Consideramos que tanto a saúde quanto as doenças são produzidas pelos padrões de comportamentos.
O estudo da metafísica da saúde parte da exploração dos aspectos físicos e existenciais, para fazer uma espécie de mergulho no universo interior, investigando os mais caros sentimentos gerados diante das ocorrências exteriores.
Melhor dizendo, como a pessoa responde àquilo que acontece, bem como os sentimentos que ela cultiva interiormente, são fatores determinantes para manter a sua saúde, como também provocar doenças no corpo.
Resumindo, a maneira como a pessoa se constrói diante dos acontecimentos exteriores define o seu estado emocional e, consequentemente, físico.
O principal foco dos estudos metafísicos é a investigação desse universo interior, em busca do que a pessoa acredita e sente. As crenças geram os sentimentos, que figuram na esfera emocional. As emoções desencadeiam os pensamentos, que, por sua vez, promovem as atitudes, transformando-se em ações no mundo.
Resumidamente, pode-se dizer que uma pessoa saudável é aquela que age com naturalidade, apresentando boa desenvoltura para lidar com os acontecimentos.
E alguém doente é aquele que se queixa, indigna-se com facilidade e/ou lida com os acontecimentos de maneira conflituosa; principalmente com os problemas relacionados ao tipo de doença que o corpo apresenta.
Ás vezes você vai deparar com relatos de atitudes e comportamentos, condizentes aos seus ou aos de alguém que você conhece.
Mesmo não havendo a manifestação da doença, a condição apresentada equivale aos conflitos emocionais.
Isso é comum acontecer, visto que o processo somático é a última instância de manifestação do padrão nocivo. Antes de afetar o corpo, ele causa transtorno no meio, interfere nas relações interpessoais, provocando alguns danos existenciais.
Existem pessoas fisicamente saudáveis, porém difíceis de conviverem e que se comportam de maneira complicada. Elas apresentam posturas extremamente nocivas. Enquanto estiverem exteriorizando seus conflitos, provocam danos no meio, mas poupam o seu organismo desse bombardeio psíquico, evitando o adoecimento do corpo.
As relações ficam doentias, enquanto o organismo permanece saudável.
O passo seguinte da pesquisa metafísica consiste em averiguar as analogias feitas durante as investigações do universo psicoemocional.
Vamos a “campo” observar as atitudes das pessoas saudáveis e as condições internas dos doentes.
Fazemos um levantamento dos acontecimentos que surgiram na ocasião em que ocorreram os sintomas físicos, principalmente no que diz respeito à maneira como a pessoa se sentiu diante das ocorrências que precederam a manifestação da enfermidade.
Observamos alguns casos de pacientes que nos dão a segurança necessária para divulgar aquele tema, fazendo as interpretações metafísicas dos mais profundos sentimentos das pessoas afetadas com o mal.
Costumamos dizer que o doente é o maior testemunho da veracidade do trabalho. Visto que a descrição dos conflitos apresentados na causa metafísica daquela doença, condiz com o que ele vem sentindo ultimamente.
Em razão da revelação dos mais íntimos sentimentos e a descrição das profundas dificuldades existenciais que as pessoas apresentam, alguns enfermos resistem em admitir as dificuldades narradas como causa metafísica das doenças. Nesses casos eles podem identificá-las com alguém do seu convívio, pois geralmente os entes queridos conhecem o perfil emocional deles, que é equivalente às causas metafísicas que levam às doenças.
A interpretação metafísica da saúde não é um procedimento de adivinhação, mas sim de estudos aprofundados e amplas pesquisas que realizamos, no intuito de identificarmos os fatores internos correlacionados às doenças.
A descrição dos padrões das doenças é possível porque nos “tropeços” e nos sofrimentos somos iguais e nas qualidades, somos únicos.
Podemos dizer que os conflitos nos igualam aos outros, enquanto as habilidades nos tornam singulares.
Portanto, os conflitos vivenciados por um doente são os mesmos pelos quais as outras pessoas, quando apresentam a mesma enfermidade no corpo. Estudando, alguns casos de pessoas afetadas com uma determinada doença, ficam evidentes as mesmas dificuldades existenciais. Os sentimentos nocivos são praticamente os mesmos. O que difere são as situações externas desencadeadoras daquele conflito emocional. Pode-se dizer que existe uma diversidade de acontecimentos que pode provocar as mesmas reações nocivas.
Exemplo: uma dificuldade financeira, a perda de projeção social e até mesmo o fim de um relacionamento afetivo podem causar a baixa autoestima ou a perda do autovalor. Diante das diferentes áreas da vida, as pessoas podem manifestar os mesmos sentimentos autodepreciativos.
Com o conhecimento metafísico das causas das doenças, o próprio doente pode retomar o seu poder e intervir sobre o mal que afeta o seu organismo.
Por meio da mudança de atitude, ele promove a reformulação interna, colaborando com a recuperação da sua saúde.
Aqueles que conhecem alguém doente, ou tem um ente nessas condições, poderão favorecê-los no processo de estabilização emocional, agindo de maneira a minimizar o padrão nocivo. Em vez de acentuar os mecanismos emocionais causadores das doenças, vão saber como lidar com as dificuldades alheias.
Mesmo que nada consigam fazer pelo outro, compreenderão as razões do sofrimento, evitando revoltas.
A consciência metafísica descarta a ideia que alguém padece injustamente.
Tudo o que se passa é de acordo com o que foi cultivado interiormente.
 
Por: Gasparetto & Valcapelli

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